Fertilização in vitro

O PORQUÊ DA FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV)


É nas tubas que ocorre a fertilização (união do óvulo com o espermatozóide), e é ela que conduz o embrião até a cavidade uterina, para a implantação. Na  fertilização in vitro, todo esse trabalho (união dos gametas e condução do embrião ao útero) é feito em ambiente laboratorial: assim, a fertilização in vitro pode ser vista como uma "tuba artificial". De acordo com essa idéia, fatores que impedem ou dificultam a fertilização, ou o transporte do embrião, podem ser superados por meio  desse procedimento, tais como:

1..obstrução das tubas (mais frequentemente por infecções, endometriose ou laqueadura): nesse caso, não há como o espermatozoide e o óvulo (oócito) se encontrarem;

2..presença de poucos espermatozoides no sêmen (mais frequentemente devido a problemas genéticos, alterações hormonais, varicocele, defeitos congênitos ou doenças infecciosas dos testículos), o que dificulta muito a fertilização.

3..ausência de espermatozoides no sêmen, decorrente ou de obstruções dos tubos que conduzem os espermatozoides (por problemas infecciosos, genéticos ou vasectomia) ou de deficiência de produção de espermatozoides. Nessas duas situações, a reprodução natural não é possível. Entretanto, nos casos de  obstrução, espermatozoides podem ser cirurgicamente retirados dos epidídimos ou dos testículos, e utilizados para fertilização in vitro. Da mesma forma, se houver alguma produção, mesmo que pequena, espermatozoides podem não aparecer no espermograma (chamada criptozoospermia), mas podem ser retirados cirurgicamente dos testículos e injetados nos óvulos. Há também pacientes cuja ejaculação é retrógrada, o líquido seminal indo para a bexiga, o que pode ocorrer por diabetes ou sequelas de cirurgias pélvicas. Neste caso, os espermatozoides são colhidos na urina, após alcalinização.

Também se utiliza a FIV para casais inférteis em que  todos os exames são  normais (infertilidade dita como sem causa aparente-ISCA), para casais homoafetivos e para casais que tentaram outros procedimentos de reprodução assistida, sem sucesso. 

COMO É FEITA A FERTILIZAÇÃO IN VITRO

O procedimento pode ser dividido em quatro etapas:

1 Estimulação controlada dos ovários

2 Punção dos folículos ovarianos

3 Fertilização dos oócitos (óvulos) com os espermatozoides, para obter embriões

4  Transferência dos embriões para dentro da cavidade uterina

COMPLEMENTOS DO CICLO PARA FERTILIZAÇÃO IN VITRO

1...criopreservação (congelamento) de óvulos e embriões

2...testes genéticos com o embrião

TAXA DE GRAVIDEZ NA FERTILIZAÇÃO IN VITRO

A taxa de gravidez num ciclo de fertilização in vitro depende da interação entre o embrião e a parede interna do útero, chamada endométrio. Esse fenômeno é apenas parcialmente conhecido, e alguns elementos que podem influenciar na sua ocorrência são:

1..quanto maior a qualidade do embrião formado, maior a chance de gravidez. No entanto, mesmo embriões de ótima qualidade e cromossomicamente normais podem não gerar gravidez.

2..a chance de gravidez diminui muito com a idade da mulher. Após os 44 anos, a taxa de gravidez é menor que 5% por ciclo de fertilização in vitro.

3..embora discutível, as chances são maiores quando o endométrio tem espessura de 7 mm ou mais.

4..a causa da infertilidade influi no sucesso do procedimento. Assim, casais cuja causa é endometriose, chances menores do que casais cuja causa é a vasectomia ou a laqueadura, por exemplo.

Mesmo que os elementos descritos estejam todos apontando para o sucesso, a gravidez pode não ocorrer: ainda não há conhecimento suficiente para que se possa garantir a gravidez por meio da fertilização in vitro.


CRONOGRAMA DE UM CICLO DE FERTILIZAÇÃO IN VITRO

A figura mostra, aproximadamente, como se sucedem, temporalmente, as quatro etapas de um ciclo de fertilização in vitro, em relação ao ciclo menstrual da paciente. Assim, a partir do segundo dia do ciclo, é iniciada a estimulação ovariana (1), e, perto do décimo primeiro dia do ciclo menstrual se associa o medicamento que vai maturar os óvulos. Ao redor do décimo segundo dia do ciclo ocorre a cirurgia para retirada dos óvulos (2) e a sua fertilização (3). Três a cinco dias após, os embriões são transferidos para a cavidade uterina da paciente (4) ou congelados.

Essas datas são apenas referências médias, podendo variar muito de uma paciente para outra.