E minha fertilidade?

Alguns casais, ainda antes de união definitiva, procuram serviços de reprodução para uma avaliação da probabilidade de gravidez. Embora, na maioria das ocasiões, não haja nenhuma suspeita de que haverá dificuldade para engravidar, há pacientes cujo exame clínico pode evidenciar essa dificuldade:

1.  No homem

a) criptorquia (os testículos não “desceram” para o escroto);

b) escroto que apresenta veias muito dilatadas, com aspecto de “saco de minhocas”, caracterizando a varicocele;

c) ausência ou baixa expressão de caracteres sexuais secundários masculinos pode cursar com problemas hormonais que dificultem a reprodução (hipogonadismos);

d) a falta de interesse sexual, frequente efeito colateral de pouca produção de hormônio masculino (testosterona) e/ou elevação do hormônio prolactina.

2.  Na mulher

a) dores pélvicas intensas que pioram durante a menstruação ou durante a relação sexual, podem cursar com endometriose (doença que compromete, em graus muito variados, as tubas e os ovários);

b) a presença constante de corrimento genital pode cursar com processos infecciosos que podem produzir obstrução tubária;

c) irregularidades menstruais frequentemente ocorrem como efeitos de alterações hormonais várias, concorrendo para falta de ovulação e infertilidade;

d) abortamentos repetidos podem concomitar com alterações genéticas ou doenças ligadas à coagulação do sangue (síndrome de anticorpos antifosfolípides).

Por vezes, a clínica não encontra sinais ou sintomas importantes ligados à infertilidade. Nessa situação, alguns exames básicos assumem papel importante (espermograma, histerossalpingografia, exames hormonais, exames ultrassonográficos e outros). Há ainda muito a esclarecer na área de Reprodução Humana, e uma definição do que seria o casal infértil ainda é estatística:

O casal que tem relação sexual, no período fértil da mulher, sem uso de contracepção, tem chance entre 80% e 90% de obter gravidez no primeiro ano de tentativas, e mais de 95% de chance de gravidez em 2 anos. Por isso, supõe-se que, se não houve gravidez no período de um ano, o casal possa ter algum impedimento para engravidar, sendo rotulado então como "casal infértil", com orientação para procurar auxílio médico.

Esta também é a razão pela qual a gravidez, algumas vezes, ocorre de modo natural, mesmo durante a pesquisa diagnóstica do casal. O fato de se utilizar um ano de tentativas ao invés de dois, decorre de que os casais têm procurado a gravidez mais tardiamente, e a idade da mulher tem grande influência no sucesso das tentativas, determinando uma intervenção mais a curto prazo.